A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira (29/3), em Belém, um estudante de medicina suspeito de ter feito provas do Enem em nome de outras pessoas. A prisão ocorreu como parte da operação Passe Livre, que foi deflagrada em 16 de fevereiro deste ano, em Marabá.
O alvo, que estava na casa de parentes na capital paraense, foi capturado às 14h30 e teve cumprido um mandado de prisão preventiva por falsidade ideológica, uso de documento falso e estelionato contra autarquia. Após os procedimentos legais na Superintendência da Polícia Federal no Pará, ele foi encaminhado ao Sistema Penal.
Na quarta-feira (27/3), a Polícia Federal esteve na casa do suspeito, informando aos parentes que ele seria preso a qualquer momento devido ao conteúdo encontrado em seu celular. Para evitar a prisão, o estudante foi levado de Marabá a Belém, onde se escondeu na casa de familiares.
O caso remonta à operação de fevereiro, quando foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, mas ninguém havia sido preso. O alvo de hoje é suspeito de ter sido aprovado duas vezes no Enem, fazendo-se passar por outras duas pessoas.
Com base na nota obtida fraudulentamente no Enem, essas duas pessoas foram aprovadas no curso de medicina pela Universidade Estadual do Pará (Uepa) em Marabá, embora não tivessem realizado a prova. A perícia da Polícia Federal constatou que as assinaturas nos cartões de resposta e as redações não foram produzidas pelos inscritos nos processos seletivos do Enem. O suspeito pode ter usado documentos falsos para se passar por outros candidatos. Além disso, ele também é estudante de medicina na Uepa de Marabá.
Durante a análise dos materiais apreendidos, foram descobertos diversos outros crimes, incluindo a realização de inúmeras provas de vestibulares de medicina em faculdades particulares, falsificação de documentos como RGs, cartões do SUS, atestados médicos e receitas médicas, além da produção de cenas de sexo explícito com adolescentes. Esses crimes, que não têm conexão com crimes federais, foram identificados fortuitamente durante a análise dos materiais apreendidos.
As investigações continuam em andamento para verificar se existem outros casos de aprovação irregular por meio desse esquema criminoso. Caso a hipótese criminal seja confirmada, os investigados poderão responder por falsidade ideológica, uso de documento falso e outros delitos .