O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) obteve avanços importantes em Parauapebas. Após negociações e protestos, a Prefeitura se comprometeu a oficializar a criação da Escola 9 de Dezembro, que ainda será construída no acampamento Terra e Liberdade, onde vivem cerca de 5 mil pessoas. A unidade receberá esse nome em referência ao incêndio de 9 de dezembro de 2023, quando, durante a instalação de internet, uma antena atingiu a rede de alta tensão e o fogo destruiu dois barracos, resultando em nove mortes e oito feridos.
O acordo também prevê a doação de um terreno para a construção de uma escola de ensino médio no Assentamento Palmares II, com investimento de R$ 60 milhões da Vale.
No campo da reforma agrária, o MST confirmou que a mineradora financiará a compra da Fazenda Aquidoana, ocupada desde abril de 2024. O valor da aquisição ainda não foi divulgado, mas a área será destinada ao Programa Nacional de Reforma Agrária, garantindo a permanência das famílias do acampamento.
O Ministério Público do Pará reforçou que a criação da escola é amparada por lei e que sua recusa configuraria violação de direitos.
Durante um evento no acampamento Terra e Liberdade, o vereador Tito MST, um dos principais líderes do movimento na região, declarou que a área antes ocupada agora pertence oficialmente aos trabalhadores sem-terra. Em discurso, ele destacou que, apesar das lutas, bloqueios de rodovias, ocupação do prédio da prefeitura e protestos na Praça dos Pioneiros, o resultado foi positivo para o movimento.
A proprietária da área, no entanto, nega que tenha cedido a terra ao MST. Parte dos acampados também afirma que não houve invasão, mas que foram convidados a se abrigar após serem removidos de outras áreas. Informações de bastidores apontam que a Vale deve indenizar a proprietária da fazenda que estava ocupada, o que viabilizaria a permanência definitiva das famílias ligadas ao movimento.