Índia pode substituir China como destino dos minérios brasileiros
No Brasil, o ritmo da vacinação contra a Covid-19 controlou a pandemia e criou “perspectivas de recuperação sustentada” da economia. Em termos de mercado global, se a situação da China é motivo de preocupação, a Índia pode surgir como um forte novo destino para negócios. Esse quadro foi apresentado pelo economista Ricardo Amorim. Ele proferiu a palestra magna “Perspectivas para a economia e o setor de mineração no Brasil e no mundo”, na abertura do da EXPOSIBRAM 2021.
Amorim, que atua no mercado financeiro desde 1992, também observou que a Índia, no momento, se encontra como a China no início do século e pode garantir mais 20 anos de negócios. E que a “demanda que vem com tudo”, de lá, é para suprir seus déficits nas áreas de infraestrutura e alimentar.
Na opinião do economista, esse quadro pode vir a representar oportunidades para o setor de mineração no Brasil, mas para aproveitá-las é preciso fazer um trabalho junto à opinião pública:
– “Os desastres ambientais geraram justa preocupação na opinião pública, porém, a discussão ficou desequilibrada. Não olhar o impacto de geração de riqueza do setor é perigoso. Os minerais permitem o desenvolvimento de soluções que trazem impacto mais positivo do que a exploração do próprio mineral. Porém, a opinião pública não sabe disso. Em termos ambientais, o Brasil é o país que mais protege seus recursos, no mundo, mas é visto como vilão ambiental. É preciso não perder de vista as oportunidades e, também, entender as transformações do mundo para estar inserido nesse processo”, afirmou Amorim.
O economista ainda alertou para os movimentos da China que, em caso de calote da sua dívida, pode provocar perdas financeiras “nos níveis de 2008”. Ele ressaltou, porém, que o governo chinês tem uma reserva de US$ 4 trilhões, o que pode ser visto como alguma garantia.
Fonte: Noticias de Mineração