Brasil retoma produção e deve exportar mais minério de ferro este ano, mas com arrecadação menor
Após o choque causado pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que completa um ano esta semana, a produção de minério de ferro do Brasil volta a se aproximar dos níveis de antes da tragédia.
No segundo trimestre do ano passado, com a paralisação das unidades da Vale, a produção foi de 80 milhões de toneladas de minério de ferro, queda de aproximadamente 30% sobre o mesmo período do ano anterior. Já de agosto a setembro, a produção foi de 103,7 toneladas – uma queda menos acentuada, de 10%, na mesma comparação.
A Vale, cuja produção foi parcialmente interrompida à época, espera retomar a produção remanescente de cerca de 42 milhões de toneladas até o final de 2021, após a retomada parcial das operações de Brucutu, o retorno das operações de processamento a seco no Complexo de Vargem Grande e da produção na mina Alegria.
Com a retomada da produção, a perspectiva para 2020 é que o Brasil venda 11,1% a mais em toneladas na comparação com o ano passado, segundo projeção feita pela consultoria Tendências. Mas a alta da produção brasileira de minério de ferro tende a impactar negativamente os preços da commodity no biênio 2020-2021. A expectativa é que a produção nas minas da região Norte do país, especialmente no Pará, continuem crescendo.
O preço do minério de ferro, segundo a consultoria, deve sofrer uma queda de 12,6% ante 2019, ficando em cerca de US$ 79 o preço médio pela tonelada. Com isso, apesar do aumento no volume exportado, a receita arrecadada deve ser 1,9% inferior a de 2019 devido à queda do preço do minério de ferro no mercado global.