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A embarcação, que saiu da China há algumas semanas, é um Guaibamax da categoria VLOC (Very Large Ore Carrier) com capacidade de transporte de 325 mil toneladas de minério de ferro e pelotas.
São cinco velas rotativas instaladas ao longo da embarcação. Essas estruturas, que são rotores cilíndricos, têm quatro metros de diâmetro e 24 metros de altura, e, durante operação, giram em diferentes velocidades, dependendo de condições ambientais e operacionais, para criar uma diferença de pressão e impulsionar o navio para a frente.
Segundo a mineradora, esses mecanismos permitirão um ganho de eficiência de até 8% com a operação e uma consequente redução de emissão de até 3,4 mil toneladas de CO2 equivalente por ano.
Por enquanto, trata-se de um projeto-piloto. No entanto, a Vale estima que caso a tecnologia se mostre eficiente, pelo menos 40% da frota estaria apta a usar esse tipo de vela, o que impactaria em uma redução de quase 1,5% das emissões anuais do transporte marítimo de minério de ferro da companhia.
A operação do primeiro mineraleiro equipado com velas rotativas faz parte do Ecoshipping, programa criado pela área de navegação da Vale para atender ao desafio da empresa de reduzir suas emissões de carbono, em linha com o que vem sendo discutido no âmbito da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês). No ano passado, a companhia anunciou um investimento para reduzir em 33% suas emissões de escopos 1 e 2 até 2030. Anunciou ainda que irá reduzir em 15% as emissões de escopo 3 até 2035, relativas à cadeia de valor, das quais as emissões de navegação fazem parte, já que os navios não são próprios. As metas são alinhadas com a ambição do Acordo de Paris.