A Vale firmou um acordo com a Caterpillar e a Sotreq para expandir de forma expressiva o uso de caminhões fora de estrada autônomos nas operações de minério de ferro do Sistema Norte, na região de Carajás, no Pará. A ampliação será realizada ao longo dos próximos cinco anos, abrangendo as áreas de Serra Norte e Serra Sul, com foco em elevar a eficiência, reforçar a segurança operacional e fortalecer a transição tecnológica da mineração na região.
Atualmente, o Sistema Norte opera com 14 caminhões autônomos, cada um com capacidade para transportar até 320 toneladas. Com o novo acordo, a frota será ampliada para aproximadamente 90 veículos até 2028, incluindo também caminhões de 400 toneladas. Todos operarão com a tecnologia Cat MineStar Command para transporte, considerada uma das plataformas mais avançadas do mundo no setor de mineração.
Segundo a Vale, a adoção dos caminhões autônomos tem gerado ganhos consistentes: aumento de até 15% no rendimento operacional, redução de até 7,5% no consumo de combustível e avanços relevantes na segurança, já que os operadores deixam de atuar diretamente em áreas de risco. Esses resultados, obtidos em diferentes unidades da empresa, reforçaram a decisão de expandir o modelo para todo o Sistema Norte.
Desde o início da implantação dos autônomos em Carajás, em 2019, mais de 260 profissionais foram treinados para assumir funções estratégicas ligadas à operação digital. A transição criou novas carreiras, como Controlador de Operação Autônoma, Técnico de Sistema, Projetista de Pista de Rolamento, operador de máquinas pesadas com interação tecnológica, Monitor de Códigos de Equipamentos e o Pit Patroller, responsável por inspeções de campo que asseguram as condições ideais para o tráfego dos caminhões.
A expansão também conviverá com outra tecnologia já consolidada em Serra Sul: o sistema truckless, em que correias transportadoras substituem caminhões no deslocamento do minério, reduzindo o consumo de combustível e as emissões. A integração entre os dois modelos reforça a estratégia da empresa de combinar automação, inteligência artificial e análise avançada de dados para modernizar as operações do Corredor Norte.
O avanço da tecnologia autônoma tem impulsionado trajetórias profissionais dentro da empresa. Um exemplo é Edinardo Lima, que iniciou a carreira na construção civil, migrou para a mineração em 2019 e, após atuar em equipamentos de grande porte, ingressou na operação autônoma. Ele já passou pelas funções de operador, auxiliar técnico e hoje atua como Controlador de Operação Autônoma na Central Controller.
O programa de autônomos da Vale começou em 2018, na mina de Brucutu, em Minas Gerais, primeira operação de grande porte no Brasil totalmente baseada em caminhões autônomos da Caterpillar. Hoje, mais de 70 equipamentos autônomos entre caminhões, perfuratrizes e máquinas de pátio operam nas unidades da empresa, colocando o Brasil entre os países mais avançados na adoção de tecnologias desse tipo.
Com essa nova expansão em Carajás, a Vale reforça seu compromisso com uma mineração mais moderna, segura, eficiente e alinhada às tendências globais de digitalização, consolidando o Sistema Norte como um dos polos tecnológicos mais avançados do setor.