Vale abrirá negócio de metais básicos com venda de participação em 2023
O presidente-executivo da Vale, Eduardo Bartolomeo, e o diretor financeiro Gustavo Pimenta, revelaram que a empresa de mineração vai abrir seu negócio de metais básicos – níquel e cobre – diante do aumento da demanda.
Em entrevista, os executivos disseram que a empresa vai lançar uma nova estrutura legal chamada Vale Base Metals para as minas de cobre e níquel. A nova unidade terá governança independente e um conselho com foco em mineração subterrânea profunda e veículos elétricos.
De acordo com uma reportagem da Bloomberg, a Vale Base Metals manterá ativos de níquel do Canadá, de joint ventures da Indonésia, a mina de níquel brasileira Onça Puma e o projeto de cobre Salobo.
Conforme destacou Bartolomeo, segmentar o negócio é fundamental para acessar o capital “competitivo” necessário para cerca de US$ 20 bilhões em investimentos em metais básicos. Segundo ele, a combinação desse investimento com a venda de até 10% da nova entidade para um parceiro, vai liberar valor de um negócio que, segundo a mineradora, pode valer até US$ 40 bilhões.
“Sejamos claros: o mais importante é o ring-fence”, disse Bartolomeo em entrevista de Nova York. “Por que queremos um parceiro? Porque o parceiro torna o ring-fence real. Ele ancora. Isso nos permite trazer pessoas de alto nível para a mesa.”
Ainda segundo o executivo, a empresa não descarta a possibilidade de fazer um IPO no futuro, a depender das condições do mercado e dos desenvolvimentos atuais.
Há tempos a empresa de mineração estuda separar os negócios de níquel e cobre do de minério de ferro. Os ativos desses dois metais básicos no Canadá, no Brasil e na Indonésia responderam por quase 15% da receita da Vale em 2021. A empresa projeta que a produção de níquel atinja 230.000-245.000 toneladas por ano no médio prazo e supere 300.000 toneladas a partir de 2030. Já a produção de cobre deve triplicar dos níveis atuais para cerca de 900.000 toneladas até 2030.