A situação dos jogos eletrônicos como o “tigrinho” e outros similares aos de caça-níqueis, que antes eram jogados em máquinas proibidas em cassinos no Brasil, agora estão na palma da mão através dos smartphones. Até uns dias atrás, no Pará, esses jogos eram considerados jogos de azar. Hoje, a divulgação em massa por influenciadores os impulsiona a todo vapor.
O número de famílias endividadas aumentou assustadoramente em todo o país, e a economia acaba sofrendo um grande baque. Esse dinheiro vai para países estrangeiros, enquanto os jogadores ficam no Brasil com as dívidas.
O Portal Pebão conversou com pessoas que estão endividadas e viciadas em joguinhos como o “tigrinho”.
“Comecei através de uma amiga que ganhou R$ 230,00. Fiquei impressionada e perguntei como jogar. Ela me ensinou. Já perdi uma moto, fiz um empréstimo no banco e estou endividada. Acabei me separando do meu marido. Contei para o meu patrão, e ele está me ajudando com a condição de que eu não jogue mais. Mas já ganhei também, mas perdi tudo. Tenho vários amigos viciados do mesmo jeito que eu. Sempre digo: não entre, pois dificilmente, você não conseguirá sair.”
Outro jogador disse ao Portal Pebão que o que mudou nesse novo formato agora eletrônico online é que jovens, idosos e todas as classes sociais estão jogando, inclusive religiosos. Todos podem jogar. Antigamente, a pessoa tinha que ir ao bar ou casa de bingo para encontrar um caça-níqueis. Hoje, está no celular, e ninguém ganha no final. Todos acabam perdendo. Perdi R$ 1.500,00 para nunca mais jogar.”
Semana passada, o site UOL fez uma matéria sobre o tema. Daniel Sakamoto, gerente executivo da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), afirma que a preocupação dos empresários com os jogos já é perceptível.
“Muitos lojistas do varejo nos fazem relatos sobre o problema, mas não temos dados. A sensação é que isso tem aumentado no mercado de trabalho, afetando não só a saúde financeira, mas também a mental.”
Um dono de empresas com cerca de 2.000 funcionários em Alagoas também relatou que o caso é grave. Ele também ouviu relatos de trabalhadores que estão devendo para bancos e até para agiotas porque estavam comprometendo suas rendas com jogos.
Há relatos de pessoas que afirmaram pensar em tirar a vida. Percebemos que é muito mais grave do que se imaginava e que tínhamos que agir, ajudar essas pessoas com psicólogos e palestras. Disse o empresário.