Quebra do mercado imobiliário na China reduz conversas sobre novo superciclo.
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Passaram-se quase 20 anos desde que a China ingressou na Organização Mundial do Comércio como uma economia de US$ 1 trilhão. Desde então, a economia chinesa cresceu para quase US$ 15 trilhões, desencadeando uma onda de prosperidade nos países em desenvolvimento.
Mas agora uma crise no setor imobiliário do país, manifestado nos problemas financeiros das incorporadoras Evergrande e Fantasia, tem causado receio de que a demanda quase insaciável da China por matérias-primas, que por muito tempo provou ser um potente motor de crescimento para as economias emergentes, tenha esgotado o vapor.
Por enquanto, essa perspectiva pode parecer improvável, dada a escassez de oferta que elevou os preços de muitas commodities. O temor de que a crise global de energia atingirá a produção de metais elevou os preços do cobre, zinco e alumínio para níveis máximos de mais de dez anos. Há também a perspectiva de gastos de trilhões de dólares na transição verde, levando alguns investidores a antever um novo superciclo das commodities.
“O fato de os preços das commodities estarem altos está ajudando onde você espera que ajude”, disse David Hauner, economista do Bank of America. “Mas outras coisas também estão acontecendo”.
Indiscutivelmente, o maior fator é a desaceleração no setor imobiliário da China, que responde por cerca de 30% da produção anual do país.
A construção sozinha responde por cerca de metade do consumo de aço da China, e os preços do minério de ferro caíram quase pela metade desde o final de julho, quando os problemas da Evergrande se intensificaram.
A indústria de mineração, que é afetada por qualquer queda estrutural na demanda, está apresentando uma atitude corajosa até agora. Mark Cutifani, presidente-executivo da Anglo American, disse que as autoridades de Pequim estão lidando com as questões do setor imobiliário de maneira responsável.
“Não há dúvidas no mundo de que a China precisa crescer para garantir que a sociedade continue avançando, e sei que o governo chinês está bem ciente dessas pressões”, disse ele. “Mas os próximos meses serão um pouco turbulentos”.
(Notícias de Mineração)