Quatro cidades do Pará são alvos de operação da PF contra o tráfico internacional de drogas

Os acusados são investigados na Operação “Euterpe”, deflagrada na manhã desta quarta-feira (5/10). A ação é um desdobramento das investigações iniciadas no final de junho, com a operação Norte Tropical, da Polícia Judiciária de Portugal, após a prisão de três brasileiros com 320 quilos de cocaína em meio a carga de açaí

Belém/PA – A Polícia Federal do Pará deflagrou na manhã desta quarta-feira (5/10) a Operação “Euterpe” para dar cumprimento a 22 mandados de busca e apreensão em Belém, Ananindeua, Marituba e Barcarena. A operação é realizada em conjunto com a Polícia Judiciária de Portugal, Europol (Serviço Europeu de Polícia) e Receita Federal do Brasil.

A operação faz parte do inquérito policial que apura o tráfico de 320 quilos de cocaína apreendidos em Lisboa, no fim de junho. Na ocasião, três paraenses foram presos em flagrante por tráfico internacional de drogas, no escopo da operação Norte Tropical.

Os presos na primeira etapa da investigação são o tenente Aderaldo Pereira de Freitas Neto, da PM do Pará; e o empresário Marco Antônio Faria Júnior, que tem negócios em Barcarena, nordeste do Pará. As identidades foram confirmadas por fontes da Polícia Judiciária de Portugal e pela Promotoria de Justiça Militar do Pará.

Eles podem ter envolvimento com dois dos maiores traficantes da Europa: Ruben Oliveira, conhecido como “Xuxas” – tido como o maior traficante português –, e por Sérgio Carvalho – o “Major Carvalho”, também chamado de “Escobar brasileiro”.

Os mandados de busca e apreensão ocorreram em residências e empresas com suspeita de fazer parte de grupo criminoso, que leva grandes quantidades de cocaína à Europa. Foram apreendidos aparelhos eletrônicos e documentos que possam auxiliar a investigação e indicar a possível participação de outras pessoas nos crimes. O trabalho foi acompanhado por um investigador da Polícia Judiciária de Portugal que esteve na capital paraense.

A operação é acompanhada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado do Pará (DRCO). Segundo o delegado da DRCO, Ronilson dos Santos, empresas da Região Metropolitana de Belém e de Barcarena estariam envolvida em uma cadeia do crime organizado para o tráfico internacional de drogas. “Verificamos uma cadeia de empresas que participaram dessa exportação, na verdade, uma exportação legal de açaí, mas dentro desses produtos estavam vários quilos de cocaína. A partir dessas informações colhidas e trabalhos desenvolvidos, nós estamos tentando chegar a quem, efetivamente, participou dessa empreitada criminosa, principalmente da empresa e seus respectivos sócios”, ressaltou o delegado.

Ronilson não descarta a possibilidade de mais informações saírem a partir da operação Euterpe. “Através as investigações que estão em andamento e o material que está sendo arrecadado hoje (quarta-feira), documentos, celulares, computadores e outros bens apreendidos (…) nós estamos trabalhando em cima disso e acredito que haverá outros desdobramentos”, acredita.

Segundo a PF, além do tráfico de drogas, há suspeita de que parte dos envolvidos atuem na lavagem de dinheiro. A operação desta quarta tem o nome de Euterpe por este ser o nome científico da espécie de açaí mais comum na região Norte. A referência é porque a cocaína levada a Portugal estava disfarçada em uma grande carga de açaí, embarcada do porto de Vila do Conde, em Barcarena.

“Dois brasileiros haviam sido presos no dia da Operação Norte Tropical; um terceiro foi preso depois. Os três permanecem em um presídio de Portugal. A partir daí, o Europol entrou em cooperação com a Polícia Federal do Brasil e a Polícia Judiciária de Portugal para continuar as investigações e desmantelar o grupo criminoso, que leva droga da América do Sul à Europa. As investigações seguem em andamento”, informa a Polícia Federal.

Fotos e informações: Polícia Federal

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