Paraenses terão a conta de luz mais cara do Brasil
Reajuste proposto pela Aneel é de 18,31% para consumidores residenciais. PGE do Pará diz que aumento deixa o Estado com a conta de energia mais alta do País, superior à inflação do período
Os paraenses vão pagar mais caro pela energia elétrica a partir do dia 7 de agosto. Isso porque o reajuste proposto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de 18,31% para consumidores residenciais, tendo o efeito médio, contabilizando todas as classes de clientes, de 16,85%. Segundo o órgão, esse reposicionamento, chamado de Revisão Tarifária Periódica (RTP), consiste na redefinição das taxas, prevendo a cobertura dos custos operacionais eficientes e a remuneração dos investimentos prudentes realizados.
A revisão tarifária da Equatorial é realizada a cada quatro anos. Segundo a distribuidora, um dos principais objetivos é reconhecer os investimentos da concessionária no período e atualizar os custos dos demais agentes da cadeia produtiva do setor elétrico: “Esse procedimento é aplicado, de acordo com o calendário da agência reguladora, a todas as distribuidoras de energia elétrica do país. A tarifa visa assegurar a receita adequada para cobrir os custos e dar condições necessárias para que seja dada continuidade ao programa”.Ainda assim, a Equatorial diz que os percentuais definidos são preliminares.Impactos no dia a diaMesmo sem ter vigorado o aumento proposto para a conta de energia, a cozinheira Ana Menezes, de 54 anos, sentiu diferença entre os pagamentos do mês de maio e junho. Ela mantém um restaurante popular na avenida Romulo Maiorana e uma rotina de economia que não justifica os altos valores. “Disparou em praticamente 80%. A gente chega aqui às 6h, quando dá 14h, vamos embora. Então, não tem muito consumo. Não entendemos o porquê desse disparo da luz vir tão alto”, lamenta.Antes, a conta era de cerca de R$ 280 por mês. Agora, Ana paga R$ 424. Para ela, a preocupação com o novo aumento já é uma realidade. “Aqui é um restaurante popular, simples… Não tem central de ar condicionado, tem dois ventiladores, mas não ligamos fixo, só quando tem cliente e, de repente, disparou. A gente nem liga as lâmpadas. Aproveitamos a luz natural. Aumentando, a gente não sabe mais o que fazer. a Nossa refeição está há dois anos no mesmo valor, se aumentar, o cliente sofre.
Quem também sentiu a diferença entre os valores cobrados na conta de energia foi o militar da reserva César Romero, de 61 anos. Visando conter os gastos, ele adota práticas diárias dentro da casa em que mora com a esposa e os três filhos. “A gente não tem ar condicionado, só ventilador. Não tem choveiro elétrico. Temos máquina de lavar roupa e geladeira e, mesmo assim, minha esposa não lava roupa todo dia, ela faz, no máximo, duas lavagens por semana, justamente para tentar economizar”, conta.Em junho, a conta chegou a R$ 509. Já em julho, César pagou R$ 541. “A solução que eu vejo seria a energia solar. A conta de energia fica mais barata, mas não de graça. Porém, eu moro de aluguel e ter que transportar esse material todo para uma outra casa, caso eu saia daqui, seria complicado”, finaliza
Informações: O Liberal