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MST quer transformar área invadida sem legalidade em “cidade” com saúde, educação e infraestrutura

Manifestação do MST em Parauapebas pressiona gestão municipal com extensa pauta de reivindicações, mas gera polêmica por ocupar terra em disputa judicial, causar transtornos no trânsito e provocar denúncias de prejuízos a animais, crianças e antigos proprietários da área

Por Portal Pebao

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) esteve na Câmara Municipal de Parauapebas nesta terça-feira (19) e apresentou uma extensa pauta de reivindicações aos vereadores, pressionando a Prefeitura em áreas como saúde, educação, agricultura, obras, assistência social e juventude.

Entre as demandas estão:
Educação: escolas do campo, bibliotecas comunitárias, contratação de professores, creches em tempo integral e transporte escolar gratuito.
Saúde: reforma e ampliação de unidades, novas ambulâncias, base do SAMU e programas de atenção à mulher e comunidades rurais.
Agricultura: plano agrícola municipal, hortas comunitárias,, feiras cobertas, piscicultura e crédito para assentados.
Obras e Urbanismo: duplicação de trechos viários, pavimentação do Acampamento Terra e Liberdade.
Assistência Social: centros de convivência para idosos, CRAS em assentamentos e cozinhas solidárias.
Esporte e Juventude: quadras, centros poliesportivos e culturais, cursos profissionalizantes e Conselho de Juventude.

O acampamento reúne centenas de homens e mulheres que permanecem na Praça dos Pioneiros, diariamente, almoçando, jantando, merendando e tomando café. A questão que se coloca é de onde vêm os recursos para sustentar toda essa estrutura: o gasto é bancado apenas pelos próprios membros do MST?

Outro ponto central é a situação da terra ocupada. O acampamento está em área invadida na Palmares II, na zona rural de Parauapebas. O terreno ainda não tem legalidade, já que o processo segue em tramitação judicial, e a qualquer momento pode haver reintegração de posse. A Prefeitura, por lei, não pode investir recursos públicos em uma área sem título definitivo para cada assentado, o que limita qualquer ação direta de infraestrutura.

A área ocupada era produtiva, uma fazenda de gado, onde os proprietários ainda hoje buscam na Justiça a reintegração de posse. O prejuízo relatado pelos donos é considerado incalculável: animais foram mortos e a produção interrompida, causando perdas significativas. Apesar disso, o MST insiste para que o poder público faça benfeitorias dentro da área ocupada.

Além das reivindicações, moradores relatam que integrantes do movimento têm parado o trânsito, causado transtornos na cidade e soltado grande quantidade de fogos de artifício na zona urbana. A situação provoca pânico em cães e gatos, crises em crianças autistas e incômodo geral à população, que também enfrenta bloqueios nas vias.

Com a pauta entregue e a pressão intensificada, o impasse segue entre o MST e a gestão municipal, que enfrenta dificuldades para organizar a cidade e agora lida com a cobrança do movimento em torno de demandas amplas e complexas.

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