Minas Gerais perde para Pará liderança histórica na arrecadação da Cfem
Minas Gerais, pela primeira vez na história, perdeu a liderança nacional na receita como o maior recolhedor da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), os royalties da mineração. Segundo dados preliminares da Agência Nacional de Mineração (ANM), enquanto a arrecadação em Minas somou R$ 1,834 bilhão, o Pará recolheu R$ 2,192 bilhões no decorrer do ano passado.
Minas apresentou uma participação de 40,72% do total recolhido em 2019 no país, enquanto a contribuição do Pará chegou a 48,67%. Ao todo, a arrecadação brasileira no exercício passado somou R$ 4,503 bilhões.
A perda da liderança por Minas Gerais pode ser justificada pela combinação de dois fatores: o aumento na produção de minério de ferro no Projeto S11D,da Vale, localizado em Carajás, e o cenário de menor produção extrativa em terras mineiras com o fechamento de operações da mineradora após desde o rompimento da barragem de rejeitos da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, em 25 de janeiro do ano passado.
De qualquer forma, o valor recolhido por Minas Gerais aumentou 39,89% em relação a 2018, quando os royalties da mineração pagos ao estado chegaram a R$ 1,311 bilhão. Apesar da queda na produção extrativa mineira, o contexto internacional, com aumento do câmbio e da cotação do minério de ferro, foi determinante para o crescimento da arrecadação em Minas.
O dólar, por exemplo, iniciou 2019 cotado a R$ 3,80 e encerrou o exercício acima dos R$ 4,00. Já o minério de ferro no mercado internacional fechou o ano com valorização de 26,7%, sendo comercializado a US$ 92,13 a tonelada. Trata-se do maior valor ao fim de um ano desde 2013, quando atingiu a marca de US$ 134,69 a tonelada. Em julho, devido à escassez na oferta, o produto chegou a ultrapassar US$ 120 a tonelada no mercado chinês.
Portal Pebão