A Justiça Eleitoral da 106ª ZE, em Parauapebas, no sudeste do Pará, através da juíza Priscila Mamede Mousinho, na quinta-feira (8), solicitou para a Polícia Federal (PF), em Marabá, a perícia realizada no aparelho celular de Marcelo Nascimento Beliche, investigado no Inquérito Policial Nº 2021.0020363/PF que apura a distribuição de combustível e outras “benesses eleitorais” para correligionários do atual prefeito Darci Lermen (MDB), durante a campanha eleitoral de 2020.
A prática conhecida popularmente como “compra de votos” causou a reprovação das contas eleitorais da chapa Darci Lermen e “João do Verdurão” (PDT). A decisão judicial, exarada em 4/2/2021, mostrou que um eleitor doou R$ 300 mil para a campanha de Darci, mas ele declarou apenas R$ 30 mil em seu Imposto de Renda de 2019, caracterizando um suposto crime eleitoral.
O mesmo modus operandi foi usado em uma doação de R$ 500 mil, porém Marcelo Beliche declarou um pouco mais de R$ 40 mil no Imposto de Renda em 2019. O investigado é suspeito de ser o chamado “laranja” para camuflar o uso de recurso público irregular na campanha do prefeito Darci Lermen.
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Suposto momento do depósito do dinheiro em uma agência bancária – Crédito: Reprodução
A magistrada, Priscila Mousinho, na mesma decisão, marcou uma oitiva presencial para ouvir o doador, Marcelo Beliche, no dia 20 de agosto de 2021, às 9 horas, na Sede do Cartório Eleitoral da 106ª ZE de Parauapebas. O suspeito deverá explicar de onde arrumou tanta grana, “sobrando”, a ponto de doar 500 mil reais para o gestor de Parauapebas, em um ano atolado na pandemia de covid-19 e com a economia do Brasil em frangalhos.
Caso a Justiça Eleitoral de Parauapebas casse a chapa Darci Lermen e “João do Verdurão”, a decisão caberá recurso junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em Belém. Se a decisão for mantida, os dois ficarão afastados da Prefeitura de Parauapebas, mas poderão recorrer junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os adversários políticos e desafetos de Darci Lermen estão intrigados com a morosidade do processo de cassação da chapa, porque em vários outros municípios do Pará já houve até uma nova eleição para substituir o prefeito e vice cassados. Como “Gato escaldado tem medo de água fria”, é prudente Darci Lermen e Marcelo Beliche arrumarem uma boa desculpa para ludibriar a Justiça Eleitoral de Parauapebas.
Polícia Federal durante busca e apreensão em posto de combustível de Parauapebas – Crédito: Reprodução |
Fonte: Portal Debate Carajás