Material compartilhado em aplicativos de celular e em redes sociais nos últimos dias tem conteúdo falso a respeito do uso de vacinas para cães como suposta forma de tratamento de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.
O material falso faz referência ao coronaviridae (coronavírus), que é uma grande família viral antiga, que afeta humanos e animais com graves infecções. As vacinas V8 e V10, as quais o material cita, são as principais para a saúde de cães e agem no combate de várias doenças, como cinomose e coronavírus canino da espécie CCov (gênero alphacoronavirus), vírus que causa gastroenterite (sintomas de diarreia e vômitos constantes), podendo levar a óbito. Os cães contraem a doença por meio de fezes de outros cães contaminados, não sendo transmissível a humanos.
Já a Covid-19 é provocada pelo novo coronavírus, que é do gênero betacoronavírus, espécie SARS-Cov2, com morbidade e alta taxa de propagação. Outras espécies que são transmissíveis aos humanos são a SARS-CoV e MERS-CoV e não há registro de contaminação em animais. Esses vírus estão associados a síndromes e infecções respiratórias. Portanto, aquelas vacinas indicadas para o tratamento de animais não têm eficácia para o novo coronavírus e não podem ser usadas em humanos.
Ainda não há vacinas para a Covid-19. Por se tratar de um vírus novo, os pesquisadores estão desenvolvendo métodos, que podem levar cinco meses ou mais para serem disponibilizados.
O Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da USP com apoio da Fapesp, adota estratégia diferente das indústrias para desenvolver uma candidata a vacina contra o novo coronavírus.
“Neste momento, em que estamos lidando com um vírus pouco conhecido, por questões de segurança é preciso evitar inserir material genético no corpo humano para evitar eventos adversos, como multiplicação viral e possivelmente reversão genética da virulência. Por isso, as formas alternativas para o desenvolvimento da vacina anti-Covid-19 devem priorizar, além da eficiência, a segurança”, afirma o pesquisador responsável pelo projeto, Gustavo Cabral.
Dicas de prevenção ao novo cornavírus:
– Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar;
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
– Não compartilhar objetos de uso pessoal;
– Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado;
– Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou usar antisséptico de mãos à base de álcool;
– Deslocamentos não devem ser realizados enquanto a pessoa estiver doente;
– Quem for viajar aos locais com circulação do vírus deve evitar contato com pessoas doentes, animais (vivos ou mortos), e a circulação em mercados de animais e seus produtos.