BNDES destinará R$ 5 bi ao Pará para COP30, em Belém
Foto: Ricardo Stuckert/PR |
O BNDES anunciou nesta sexta-feira (2) um pacote de crédito e investimento de R$ 5 bilhões para auxiliar o Pará nos preparativos para a COP30, em 2025, que será realizada em Belém. Cerca de R$ 3 bilhões sairão de uma linha de R$ 30 bilhões para Estados e municípios. A modalidade havia sido interrompida em 2018 e foi retomada pelo banco, com foco em projetos socioambientais.
De acordo com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, outra parte do montante destinado ao Pará sairá do Fundo Amazônia.
“Uma parte menor é do Fundo Amazônia, naquilo que contribui para reduzir o desmatamento – por exemplo, na área de bioeconomia. Essa é uma coisa que dialoga com o Fundo Amazônia”, explicou. “[Haverá apoio] reembolsável e não reembolsável, várias linhas. O núcleo duro será em TLP. Por isso, vamos continuar trabalhando no Congresso para ter mais flexibilidade na taxa de juros.”
Mercadante disse que outras modalidades também poderão ser utilizadas, como o Fundo Clima, o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), além da Taxa Referencial (TR) para projetos de inovação na área de transição energética.
O anúncio foi feito na sede do banco, no Rio, ao lado do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e diretores do BNDES. A confirmação de Belém como sede da COP foi dada pelo presidente Lula na semana passada.
“Apresentamos um conjunto de desafios que passam desde obras estruturantes, mobilidade urbana, infraestrutura da cidade, agenda do saneamento a partir inclusive da consolidação da agenda de concessão do processo de distribuição de água e esgoto, que está sendo modelada pelo BNDES”, disse Barbalho. “Estamos muito motivados a transformar Belém no primeiro case de transporte coletivo com o uso de matriz energética renovável.”
De acordo com o governador, o Pará também apresentou um projeto no intuito de ser um Estado que use 100% de energia renovável no serviço público. A ideia, comentou, passa por implementar usinas fotovoltaicas para substituir o modelo atual.
Parte do apoio do BNDES irá ainda para a criação de novos leitos de hotelaria e reforma da infraestrutura hoje existente
Por Paula Martini e Caio Sartori, Valor