Continua gerando repercussão o caso da candidata presa em flagrante durante a aplicação da prova do concurso público da prefeitura de Parauapebas para o cargo de auxiliar administrativa na manhã deste domingo (26).
Em entrevista cedida na manhã de hoje (28), o delegado Gabriel Henrique Alves Costa, responsável pela investigação do caso, foi categórico ao afirmar que a mulher mentiu em depoimento. Ele estava no plantão da Depol quando Raimunda Arruda de Lima foi apresentada por uma guarnição da Polícia Militar com um ponto eletrônico que estava recebendo as respostas do gabarito da prova.
De acordo com informações do delegado, com a divulgação do gabarito oficial foi possível constatar que as respostas marcadas na prova dela concordam com o resultado final.
Em depoimento, segundo a autoridade policial, Raimunda teria dito que desceu de uma van na Praça dos Esportes Radicais e de lá pegou um mototáxi até o local onde fez a prova no Bairro União. Segundo a suspeita disse em depoimento, o mototaxista, que ela nunca tinha visto, teria oferecido o ponto eletrônico por um valor que seria pago após a realização da prova.
A versão da mulher não convenceu o delegado, haja vista que ela disse que não ter pegado nenhum contato dele, nem mesmo anotado a placa da moto.
- O inquérito aberto está investigando a participação de outras pessoas, numa possível formação de quadrilha, já que pessoas de fora tiveram acesso ao gabarito antes das 9h30 da manhã, horário que a mulher foi flagrada com o ponto eletrônico e um rádio transmissor de sinal.
Diante dos indícios de fraude, o delegado afirmou que vai investigar todas as pessoas que estudaram no mesmo curso preparatório que a suspeita estava na Palmares II para averiguar se outras pessoas também se utilizaram de ponto eletrônico para fazer a prova.
Raimunda Arruda, mesmo presa em flagrante, pagou fiança de cinco salários mínimos e foi liberada para responder o processo por fraude em concurso público em liberdade.
O delegado Gabriel Henrique também foi incisivo ao afirmar que o mais justo é que a prova para o cargo de auxiliar administrativo deve ser anulada, já que não há como garantir que as pessoas que realmente estudaram tenham o direito de serem aprovados.
Em nota emitida ontem, a Fadesp reafirmou que mesmo diante da “tentativa” de fraude, o certame segue sem alterações em seu cronograma.