Anvisa não recomenda hidroxicloroquina no tratamento do coronavírus
Agência reguladora defende continuidade dos testes clínicos para mensurar eficácia da droga; nos EUA, Trump anunciou pressa no uso do medicamento
No Brasil, a droga é utilizada para casos de artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, na noite desta quinta-feira 19, uma nota técnica na qual não recomenda, “no momento”, o uso do hidroxicloroquina para tratamento do novo coronavírus. A droga, utilizada para casos de artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária, mostrou bom resultado em testes iniciais — ainda não conclusivos — contra a Covid-19 e é uma aposta do presidente americano Donald Trump no tratamento da doença.
“Apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da Covid-19. Portanto, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus”, diz a agência.
Um estudo de cientistas chineses publicado no início do mês apontou que o hidroxicloroquina mostrou ser eficaz em inibir o vírus em laboratório. Um primeiro teste em humanos, realizado na França, foi promissor: 70% dos infectados testaram negativo seis dias depois do início da medicação. A amostragem da pesquisa, porém, foi pequena, de apenas vinte pacientes.
“A Anvisa reforça que, para a inclusão de indicações terapêuticas novas em medicamentos, é necessário conduzir estudos clínicos em uma amostra representativa de seres humanos, demonstrando a segurança e a eficácia para o uso pretendido”, frisou o órgão, que alertou que a automedicação representa um grave risco à saúde.