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Trump não irá taxar o minério de ferro e adia “tarifaço” para 6 de agosto sobre produtos brasileiros

Minério de ferro e insumos estratégicos ficam de fora da tarifa de 50%, que começa a valer em 6 de agosto e atinge principalmente produtos industrializados e do agronegócio brasileiro.

Por Portal Pebao

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira (30) um decreto que impõe tarifa adicional de 50% sobre uma ampla gama de produtos minerais e agrícolas importados do Brasil. A medida, que foi adiada e só entrará em vigor no dia 6 de agosto, poupa matérias-primas estratégicas para a indústria americana, como o minério de ferro e o ferro-gusa, mas atinge com força setores exportadores de produtos industrializados e do agronegócio brasileiro.

Intitulada “Addressing Threats to The United States by the Government of Brazil”, a ordem executiva foi apresentada como resposta a uma suposta “emergência nacional”. Apesar do discurso político, a decisão revela uma escolha econômica: manter acesso livre a insumos básicos fundamentais para as cadeias produtivas dos EUA, ao mesmo tempo em que impõe barreiras à entrada de produtos com maior valor agregado.

O chamado “tarifaço” de Trump incidirá sobre produtos como rochas ornamentais, metais não ferrosos processados (alumínio, cobre, zinco, chumbo), estruturas metálicas, ferramentas, produtos cerâmicos, minerais industriais (talco, grafita, caulim, fluorita) e compostos químicos derivados da mineração.

Por outro lado, foram excluídos da tarifação diversos insumos estratégicos: minério de ferro (aglomerado e não aglomerado), ferro-gusa, ferroníquel, ferronióbio, prata e ouro em barras, silicatos de alta pureza, resíduos minerais e fertilizantes específicos. Além desses, a ordem também isenta produtos como suco de laranja, petróleo, celulose, itens da aviação civil e componentes mecânicos.

Apesar dessas exceções, setores importantes do agronegócio brasileiro serão impactados. A tarifa de 50% também será aplicada sobre exportações de carne, café e frutas, prejudicando diretamente a balança comercial agrícola com os Estados Unidos.

O decreto estabelece que as novas tarifas começarão a valer em 6 de agosto, concedendo pouco mais de uma semana para que exportadores e importadores se preparem. A medida intensifica as tensões comerciais entre os dois países e reforça o padrão de trocas desfavorável ao Brasil: produtos brutos são liberados, enquanto itens industrializados e alimentos processados enfrentam novas barreiras.

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