O Pará havia sido o único a registrar saldo positivo dentre os 15 estados pesquisados pelo IBGE
(Foto: Sidney Oliveira/Agência Pará) |
Pará é tricampeão em crescimento da produção industrial
Com crescimento de 9,6% em 2018, a indústria paraense apresentou, pelo terceiro ano consecutivo, o maior resultado na Pesquisa Industrial Regional, divulgada nesta sexta-feira (08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pará (9,6%), Rio Grande do Sul (5,5%) e Amazonas (5,2%) apresentaram as maiores altas de crescimento da produção industrial no ano, enquanto Goiás (-4,5%), Minas Gerais (-1%) e Espírito Santo (-0,9%) sofreram as maiores perdas. São Paulo, que responde por cerca de 34% da produção industrial do país, cresceu 0,8%, diz o IBGE.
Em 2016, ano da crise, o Pará havia sido o único a registrar saldo positivo dentre os 15 estados pesquisados pelo IBGE, com percentual de 9,5%. No ano seguinte, repetiu o posto de primeiro colocado, registrando crescimento da produção industrial de 10,1%. O bom desempenho do Pará é creditado à indústria extrativa, que segundo o IBGE responde hoje por cerca de 80% do setor no Estado. A produção mineral, especialmente do minério de ferro, impulsiona esses números.
De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Pará (FIEPA), José Conrado Santos, o Pará tem um potencial maior ainda para investimentos, mas precisa vencer desafios que atrasam seu desenvolvimento. “Para crescer, o Pará precisa de um ambiente saudável de negócios, pois temos investidores interessados e também a competência dos nossos administradores privados”, opina, acrescentando que o Estado necessita ainda dinamizar a economia, especialmente incentivando o pequeno e médio empresário e as empresas genuinamente paraenses.
“Nossa economia, ao longo da última década, está centrada em poucos empreendimentos. Existem projetos que poderiam resolver grandes problemas de municípios no Pará, mas que estão há mais de 10 anos aguardando a liberação para iniciar a operação. Muitos deles já têm até a licença prévia e não conseguem iniciar, então precisamos dar atenção a esses casos, porque eles também se refletem nos pequenos e médios empresários que poderiam estar fornecendo para esses grandes projetos”, diz o presidente da FIEPA.
Sobre os investimentos para o Estado até 2030, José Conrado Santos cita o estudo da REDES/FIEPA, que aponta uma previsão de R$ 126,1 bilhões de investimentos, nos setores de infraestrutura e logística (42%), energia (38%), mineração (17%), agronegócio (2%) e indústria em geral (1%).