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Pais assinam manifesto para que aulas presenciais não sejam obrigatórias – Portal Pebão

Por Portal Pebao

 Em documento assinado por cerca de 300 responsáveis por alunos, o pedido é para que o governo do Distrito Federal dê a opção de os estudantes permanecerem em casa.
Pais assinam manifesto para que aulas presenciais não sejam obrigatórias

Um grupo de pais e mães de alunos de escolas públicas do Distrito Federal escreveu um manifesto contra o retorno obrigatório das aulas presenciais, em 2 de agosto. Mesmo com o modelo híbrido, os cerca de 400 integrantes do grupo querem ter a opção de manter os filhos 100% no ensino remoto. Eles têm medo da contaminação com a Covid-19.

O coletivo começou na 304 Norte e ganhou rápida adesão de pais de outras escolas públicas da capital. “A luta é de todos os pais e mães do DF contrários à obrigatoriedade do retorno presencial. Até o momento, existem 770 assinaturas no abaixo-assinado. Queremos divulgar nossa mobilização para que pais e mães não sofram sozinhos diante dessa imposição”, afirmou um dos integrantes do grupo, que preferiu não se identificar.

Eles esclarecem não serem contra o retorno às aulas presenciais, mas sim o fato de ser obrigatório. “O momento atual da pandemia de Covid-19, com o surgimento veloz de novas variantes, ainda demanda muita cautela”, diz o documento assinado pelo coletivo de pais e mães do DF.

Entre os pontos questionados, está a insegurança de crianças, adolescentes, famílias e de toda a comunidade escolar devido ao vírus.

“Não compreendemos quais sinais de melhora na situação sanitária foram usados para decidir pelo retorno ao ensino presencial. No momento em que foi acertadamente suspenso o ensino presencial, o DF apresentava pouquíssimos casos de Covid-19 confirmados. Hoje, infelizmente, temos 437.726 casos confirmados e 9.379 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde”, argumenta o grupo no documento.

Protocolo de retorno

Em 13 de julho, o Governo do Distrito Federal (GDF) finalizou a redação de um documento com orientações para a retomada das atividades presenciais híbridas na rede pública de educação. Em 66 páginas, integrantes da Secretaria de Educação apresentam protocolos e medidas de biossegurança contra a Covid-19 para a retomada das aulas em 2 de agosto. Ao todo, a capital do país tem 686 instituições públicas, 452 mil alunos e cerca de 40 mil professores.

O documento prevê o retorno híbrido obrigatório dos alunos. Segundo a Secretaria de Educação, o trabalho pedagógico presencial será, inicialmente, organizado em formato mesclado entre presencial e on-line. A intenção é evitar aglomerações nas unidades escolares e garantir o distanciamento físico necessário dentro das salas de aula.

“Esta proposta de formato híbrido organiza-se, portanto, por meio da alternância de grupos de estudantes: em uma semana, metade dos estudantes de cada turma irá à escola presencialmente, enquanto os demais farão atividades remotas – por meio do uso de tecnologia ou material impresso e/ou concreto; e, na semana seguinte, o mesmo processo ocorrerá invertendo-se os grupos”, diz o texto apresentado.

É esse ponto que os pais pretendem mudar. Eles querem optar por manter o ensino remoto. A decisão de retomar as aulas em 2 de agosto foi tomada pelo GDF após os professores terem sido imunizados com a vacina da Janssen, que é dose única. Os 6 mil professores imunizados em maio com a vacina da AstraZeneca terão a D2 antecipada.

Além disso, o GDF se baseia na redução da média móvel de contaminação para liberar o retorno do ensino presencial, suspenso desde março de 2020 devido à pandemia do novo coronavírus.

Veja na opinião do professor Rafael Parente

“Vamos tentar sentir o que os pais de crianças de jovens estão sentindo nesse momento? Ainda estamos no meio de uma pandemia que já matou mais de meio milhão de brasileiros. Os governos são péssimos, não há liderança, não há organização, não há boa gestão. Tampouco há garantias de que as escolas conseguirão seguir todos os protocolos, com materiais de limpeza e funcionários suficientes. A covid está matando crianças e adolescentes no Brasil e no mundo. 

Neste contexto, urge cobrar os governos para que:

Para a reabertura, as escolas devem ter todo o suporte necessário e estar realmente seguras para profissionais e estudantes;

Enquanto seus filhos não são vacinados, os pais dos alunos devem poder escolher entre continuar no ensino remoto ou mudar para o ensino híbrido;

Crianças e jovens pobres, sem acesso à tecnologia, devem ser priorizados na oferta do ensino presencial.” Finalizou o professor.


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