Pastor Washington Almeida associa autismo ao “diabo” em culto e é alvo de investigação
Um pastor da Assembleia de Deus em Tucuruí, no Pará, gerou revolta nas redes sociais após fazer um discurso discriminatório contra pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) durante um culto no último dia 12 de julho.
Nas falas, o pastor Washington Almeida associou o nascimento de crianças com autismo ao “diabo”, afirmando que “o diabo está visitando o ventre das desprotegidas”. O vídeo com o discurso viralizou nas redes sociais e gerou diversas críticas.
Investigações em andamento
Diante da repercussão negativa, a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) abriram investigações para apurar o caso. O MPPA informou que está “diligenciando para a reparação do dano causado pela fala discriminatória e capacitista do pastor”.
O procurador de Justiça Waldir Macieira, a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Idosos (ANMP) e a Associação Paraense de Autismo (APA) assinaram uma nota de repúdio ao discurso do pastor.
Nas redes sociais, a igreja Assembleia de Deus de Tucuruí publicou uma nota de esclarecimento informando que o discurso do pastor é de “total responsabilidade dele” e que “a igreja repudia qualquer tipo de discriminação”. O pastor, por sua vez, se retratou em um vídeo nas redes sociais, mas as investigações seguem em andamento.
Após a repercussão, o pastor Washington Almeida gravou um vídeo pedindo desculpas: “Fui muito infeliz quando fiz uma colocação. E esse não é o meu caráter, não é o meu perfil. Jamais, jamais, no meu coração, passa coisa dessa natureza. Mas, naquele calor da mensagem, terminei dizendo algo que não podia dizer, não devia falar”.
O que é capacitismo?
O capacitismo é um tipo de preconceito que discrimina pessoas com deficiência. Ele se baseia na ideia de que pessoas com deficiência são inferiores ou incapazes de realizar as mesmas tarefas que pessoas sem deficiência.
Importância da inclusão
É importante lembrar que pessoas com autismo são indivíduos com seus próprios talentos e habilidades. Elas merecem respeito e inclusão em todos os espaços da sociedade.
Discurso do pastor gera debate sobre inclusão e combate ao capacitismo