A Fiocruz divulgou nesta terça-feira (23) que cientistas da Rede Genômica identificaram alterações na estrutura da proteína Spike do vírus Sars-CoV-2 em circulação no Brasil. A proteína Spike é associada à capacidade de entrada do vírus nas células humanas e é um dos principais alvos dos anticorpos neutralizantes produzidos pelo organismo para bloquear o vírus.
“A pandemia este ano, no país, será provavelmente dominada por esse novo e complexo conjunto de variantes”, afirmou o pesquisador Tiago Gräf, do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz-Bahia), por meio de nota.
Pela primeira vez, foi observado que as linhagens brasileiras estão seguindo o mesmo caminho evolutivo das demais “variantes de preocupação”, como as cepas da África do Sul e do Reino Unido.
“As mutações agora alcançaram outro importante ponto da proteína viral, o domínio NTD, que é reconhecido por alguns anticorpos neutralizantes específicos”, apontou Gabriel Wallau, que integra o Núcleo de Bioinformática da Rede Genômica e é pesquisador do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz-Pernambuco), também em nota.