Três suspeitos são presos por estupro em menos de 24 horas no interior do Pará
ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ (PA) – Nos últimos dias, dois homens foram presos por estupro e outro por tentativa de estupro em um intervalo de menos de 24 horas no município de Breves, na Ilha do Marajó. Os crimes são distintos, mas têm em comum o fato de todas as vítimas serem menores de idade: 11, 13 e 17 anos.
Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os nomes de todos os envolvidos nos crimes serão suprimidos nesta matéria, de modo a colaborar com a preservação da identidade das vítimas. As prisões foram realizadas entre a última segunda, 12, e esta terça-feira, 13.
Preso por estuprar cunhada de 11 anos
Um dos suspeitos foi denunciado no dia 22 de agosto de 2022 por violência doméstica. A denúncia foi feita pela ex-companheira que alegou que o homem tinha porte de arma de fogo, com a qual teria feito um disparo, além de ameaças.
Na ocasião da denúncia, a mulher estava acompanhada dos irmãos, uma menina de 11 anos e um menino de 14. Durante o atendimento, os menores aproveitaram a oportunidade para delatar o caso de estupro, conforme detalha a delegada Maria Alexia:
“Houve a violência doméstica contra a companheira do suspeito e ela, ao denunciar, trouxe como testemunhas a irmã, de 11 anos, e o irmão, de 14 anos. Na delegacia, eles acabaram se sentindo confiantes de relatar que essa menina de 11 anos estava sendo diuturnamente estuprada por este cunhado. Ele ameaçava muito os dois, tanto a menina quanto o adolescente de 14. Ele, inclusive, era coagido a levar a criança até o abusador”, conta.
A delegada explica que os menores eram vítimas de intensa violência psicológica por parte do suspeito e que elas acreditavam que, se denunciassem, morreriam. Entretanto, conseguiram expor o sofrimento na delegacia. “O acusado, agora, encontra-se preso e vai responder tanto pela violência doméstica quanto pelo porte de arma de fogo e por ter estuprado essa criança de 11 anos”, declara Maria Alexia.
Crime no rio
Outro crime aconteceu nas águas do Rio Guajará, quando os dois suspeitos, em uma rabeta, emboscaram duas irmãs, uma de 13 e outra de 17 anos de idade, que navegavam em uma embarcação menor, conhecida popularmente como “cascalho”. Um dos homens chegou a consumar o estupro contra a dolescente de 17 anos. O outro apenas tentou violentar a menor de 13 anos, mas esta conseguiu escapar.
“Esse acusado de estupro é uma pessoa que já tem passagem por furto qualificado, roubo qualificado e homicídio, casos todos aqui do Marajó Ocidental. Pelo roubo e furto ele já foi condenado, mas pelo homicídio ele ainda está respondendo. Agora ele também vai responder por estupro qualificado, que é quando a vítima tem entre 14 e 18 anos. Houve, por parte do segundo acusado que estava no barco, que ele tentou estuprar a outra irmã, de 13 anos, por essa razão, ele vai responder por tentativa de estupro de vulnerável”, explica a delegada
O caso das duas irmãs chegou ao conhecimento da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Mulher (Deam) e da Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (Deaca) por meio do Conselho Tutelar de Breves. Tanto neste caso, quanto no primeiro, da vítima de 11 anos, os mandados de prisão foram cumpridos pelas duas delegacias em ação integrada.
Para a delegada Maria Alexia, o cumprimento do mandado de prisão é uma forma de as vítimas se sentirem mais seguras: “Quando as vítimas moram no centro urbano de Breves, elas são encaminhadas para o Centro de Atenção Psicossocial, o Caps. Acontece que, nesses casos, quando elas são de comunidades ribeirinhas, elas acabam voltando para casa. O que a gente pode fazer, então, é segregar cautelarmente esses homens para que as vítimas possam viver minimamente em paz durante o resto do processo”, conclui a a policial civil.
(Fonte: O Liberal)